José de Alencar:o povo sobe a rampa para se despedir do ícone da república

Há certas vidas em que os êxitos se acumulam numa sequência tão inverossímil que o observador que vem depois se vê obrigado a refrear a pena para não cair em paroxismos literários e não gastar os surlativos logo no início,porque a seguir se tornarão mais nescessários.E há tambem vidas que se derenrolam em superlativos.Uma vida assim é a de José Alencar,cujas crenças repúblicanas se torna cada dia mais surpreendente,cujos êxitos de sua luta alcançam apogeus,ultrapassam os limites do nosso Brasil.O epíteto que resume sua vida de homem público se resume:não tenho medo da morte,não conheço a morte,tenho medo da desronra.O ministro Ayres Marques do Supremo Tribunal foi mais enfatico ao dizer:um homem que ganhou o mundo,sem perder a alma.Resumiu tudo.Ganhou o mundo dos corações do povo brasileiro sem perder a alma.Com honra e dignidade caminhou sempre com os olhos fixos no futuro ,sem esquecer suas origens.A magnitude de sua vida se resume no indubitável corrorbar da honestidade que não se perde no gládio das lutas espartanas contra o mal assolador que ameaça derrubar aqueles que o desafiam.Hoje subiu a rampa do palácio da república seu corpo ímovel,frio,mas exalando um forte brilho de uma aura de lavor,que como um diadema de ouro ostenta as cabeças daqueles que vencem mesmo na morte e se tornam soberanos.José de Alencar não foi um diletante e não preciso aqui permenorizar,detalhar o significado desta desprezivel palavra,que na verdade é uma nomenclatura para nomear os que fazem de sua vida uma tempestade sombría,ao contrario,José de alencar foi um baluarte seguro dos ideaís republicanos,sem coquetismo,longe da opulência,sem ser nunca defensivo ou um ébrio do poder que se deixa levar pela volúpia de glórias imerecidas.Sua vida foi uma profusão de virtudes e mesmo cerrado seu corpo dentro do frio ataúde,ali reluzia as luzes  que sempre fustigou os frívolos com sua benevolência que não conheceu a capitulação.Na morte anunciada com frieza,mas com voz embargada pelo seu médico,José de Alencar torna se um obelisco,um farol ,um minarete anunciando a chegada de uma nova geração de homens de têmpera,que jamais se curvam diante da dor e do sofrimento e com sua audácia cortam a cabeça de quimera,para dar no ultimo suspiro peremptório,peculiar, dos homens dignos e honrados,um silêncio admestador,cheio de encanto,numa explosão de entusiasmo,como um súbito delirio,um êxtase que se apoderou de toda a nação,um quadro encantador,cheio de magia,na realidade todos estavam sob o pórtico de dendera.Hoje ao ver pela televisão seu esquife sendo levado pelos dragões da independência,sob os aplausos do povo a exaltar solenemente aquele que durante sua vida encarnou todos os simbolismos da república,mas que no seu calvário de dor e sofrimento atingiu o cume,o apogeu que somente os grandes homens movidos por uma grande paixão pela vida consegue.José de alencar tornou se um compêndio da história deste país,que nunca prescendiu de seus herois e ícones.O resto é conjetura.A república ganha um novo heroi.O Brasil jamais esquecerá"aqueles que ganham o mundo sem perder a alma"Arcebispo Makarios.