Minha profissão de fé católica:nisto creio.

I - Eu professo diante da Santíssima Trindade e da Côrte Celestial, que Deus todo-poderoso, por libérrima vontade criou o mundo e as coisas nele contidas para Sua glória e para nossa santificação. De tal forma creio, que assumo como verdade incontestável, invocando a intercessão dos Santos Confessores da fé Santa e Católica, que a criação não é o único bem e que as criaturas visíveis, por sua contigência, demonstram a excelsa existência do Criador que pode ser conhecido pela luz natural da razão.

Creio que Deus Pai Se revelou plenamente ao mundo de forma definitiva, por isso os sagrados dogmas são fundamentados na doutrina da fé que não nos foi proposta como descoberta filosófica que deve ou se condiciona a ser aperfeiçoada pela mente humana, mas em verdade, entregue para o conhecimento humano na autorrevelação que Deus fez de Si mesmo na Segunda Pessoa Admirável da Trindade, a saber, diante de pagãos e detratores, que esta Pessoa é Nosso Senhor Jesus Cristo. Ele que feito homem para retornar ao Seio Celestial após a morte vicária, deixou esta mesma doutrina dos dogmas resguardada na Única, Indivisível, Indestrutível e Eterna Igreja, que com suas Notas Sagradas, permanece no mundo como Esposa e Fiel Depositária da verdade divina, a qual uma vez professada e executada pelo auxílio da graça, nos conduzirá a contemplação da Beatífica Face de Deus.

Em nome dos dogmas e da Revelação Divina que afirmo viver e prometo viver e morrer, proclamo em nome dos Papas Canonizados, que esta Igreja que nos traz o mel salvífico, jamais necessitou e jamais necessitará de ser reformada por elementes diferentes ao seu Corpo Místico ou exteriores a Ele. Desaprovo, rejeito e cubro de severo rechaço, qualquer fantasiosa idéia de que a Igreja necessita de um novo Pentecostes além daquele que é narrado nos Atos dos Apóstolos e presente de forma renovadora somente e exclusivamente nos irreformáveis, inalteráveis, insubstituíveis e canonicamente definidos sacramentos, cujo o número são sete e somente sete, conforme é declarado e professado pelos Padres Tridentinos segundo os Textos Sagrados e a autoridade da Tradição da Igreja.

II - Afirmo a existência real do Filho de Deus e a Ele me conformo como Verbo Divino Encarnado que habitou entre nós. Ele autor e consumador da fé edificou no mundo e para todo o universo a Igreja que D'Ele dá testemunho e por Ele existe. Aceito e tomo como cláusula da fé que o Eterno Pastor e Guardião de nossas almas fundou sobre a rocha a Santa Igreja como casa do Deus vivo, como meio eficiente para que todos os fiéis se conservem unidos pelo vínculo de uma só fé. Rechaço portanto, qualquer idéia que retira a autoridade apostólica daqueles que receberam o dever de serem um só no culto e na doutrina assim como "o Pai e o Filho são um" (cf. Jo 17, 20s), sendo este o bem irrenunciável que os sucessores dos apóstolos devem zelar a qualquer tempo ou era, por todos os meios ao alcance, para que o povo de Deus seja conduzido à Glória Divina.

Testemunho diante de toda a humanidade que para estender a todos quanto desejarem em todos as épocas, tempos e lugares os méritos infinitos do Supremo Sacrifício da Cruz, Nosso Senhor instituiu a Santíssima Eucaristia conformada por Seu próprio desejo ao rito da Santa Missa.

Creio que na matéria do pão e do vinho após as palavras Sacrossantas do Sacerdote, está presente de forma real e incruenta o Verdadeiro Corpo, Verdadeiro Sangue, Verdadeira Alma e Verdadeira Divindade do Cordeiro de Deus existente nos sacrários do mundo inteiro enquanto subsistir a matéria da consagração eucarística ainda que em suas menores partículas. Assim, porque professo deste modo ser hoje e pelos séculos dos séculos, repudio as profanações e irreverências com as quais este Augustíssimo Sacramento é ultrajado nos lugares onde Ele deveria ser adorado e glorificado. Para meu bem e pelo bem da Santa Igreja Romana, que eu creia sempre mais para fazer presente no mundo a certeza de que diante D'Ele deve se dobrar todos os joelhos fiéis e infiéis, doutos e indoutos, homem ou mulher como prova incondiconal da Realeza Universal que Ele detém pela máxima reverência devida aos direitos divinos sobre a humanidade.

III - Há um só Espírito Santo na unidade da Trindade, que na história da peregrinação da Igreja rumo a sua consumação, é Aquela Pessoa que inspira e comunica por meio da Lei dos Profetas e dos Apóstolos a Encarnação do Verbo. O que em nosso corpo é a alma é o Espírito Santo na Igreja, por isso professo e afirmo que Ele é a alma da Esposa de Cristo, que a anima a ir adiante e propagar o Evangelho do Reino Celestial.

De igual modo e com o mesmo fervor creio em Sua inabitação nos justos da Antiga Aliança. Devotamente abraço que a regeneração e a renovação pela penetração da Terceira Pessoa da Trindade na alma é pelo batismo e pela confissão sacramental e só por eles que posso proclamar "o que nasceu do Espírito é espírito" (Jo 3, 6). Ele que tomou o seio de Maria Santíssima tornando-A Sua Esposa por diviníssimo desígno. Tudo está nu e aberto a Seus olhos (S. Th. I, q. 8, a. 3).

Adiro, impulsionado pelo mesmo Espírito, à modéstia dos costumes para vencer a natureza pela graça, a sedução pelo retidão, o pecado pela penitência. Prometo reverenciar com zelo e disciplina a Sagrada Liturgia, mantendo na Santa Missa o mesmo pudor que mantiveram a Mãe de Nosso Senhor, São João Apóstolos e as piedosas almas presentes no Calvário.

IV - Creio N'Aquela que foi eleita pela divina providência para penetrar profundamente na história da Salvação. Ela que desde o instante de Sua Imaculada Concepção não esteve sujeita ao horrendo domínio do pecado. Ela foi redimida de forma perfeitíssima por Cristo Nosso Senhor, como nenhum homem ou mulher ainda foi ou será redimido na terra, ainda que a humanidade inteira tenha recebido os méritos da Redenção da Cruz que se anteciparam em Seu Seio Virginal.

Ela ultrapssa todos os Santos em santidade, inocência e dons da graça celestial, sendo por Ela que a Igreja alcançou sua perfeição. Creio que Ela é Santíssima, Beatíssima e Veneradíssima por toda a côrte dos anjos e Santos como Rainha. Creio que Ela é tão pura e pia, que após ter entregue Suas sete dores ao Divino Pai, foi Assunta aos Céus, porque Seu Corpo não conheceu a corrupção do pecado mortal e venial, sendo preservado por Seu incomensurável pudor da decadência sepulcral; e que é Virgem, antes, durante e depois do parto no qual não experimentou as dores.

Afirmo com fé católica e creio em Sua Cooperação na Redenção e na Dispensação de todas as graças que de Seu Coração são entregues ao povo reunido num só rebanho. Ela é e sempre será para o conhecimento dos fiéis católicos e para o inquérito dos infiéis que atentam impiedosamente contra Sua Realeza, a mesma e Eterna Maria Santíssima, da árvore de Davi e desposada segunda a natureza por São José, também castíssimo, glorioso Patriarca, Patrono da Igreja e na terra obedecido por Aquele a quem abedecem os céus e a terra.

V - Creio nas Sagradas Escrituras tal como foram reveladas e guardadas pelos Sapientíssimo Sucessores de Pedro, que a defenderam de toda espécie de corrupção. São pelos Divinos Textos que Deus Pai, Filho, Espírito Santo se comunicam aos homens pelas próprias palavras dos homens e nela se encontra toda a história da Antiga e da Nova Aliança para nossa Salvação, quando o povo eleito, outrora hebreu, se tornou católico, apostólico, romano para que as promessas do Cordeiro sejam extendidas ao mundo dos vivos e dos mortos. Pelas Escrituras o antigo se torna novo, o povo da descendência de Abrãao se torna membro da família universal de Cristo; porque por Ele e com Ele, o povo da Antiga Lei de Moisés se torna universal segundo a fé da Sé Romana.

Recuso de boa vontade a elevação do método crítico como única e indiscutível norma de interpretação, bem como o método histórico que se arroga a retirar a doçura apostólica tal qual encontramos emanada pela inspiração divina das Escrituras, e do mesmo modo recuso qualquer método, escrito ou pregado, que se afaste da Tradição Eclesial e com maior recusa e repugnância, não aceito, não acato, não adiro, não reconheço e jamais reconhecerei sob qualquer argumento ou coação, qualquer interpretação pessoal e subjetiva, que aliada aos métodos reformados, assoberbados de toda arrogância humana, não mantêm nada de reto e perene sobre o que ensinam.

VI - Enfim, por crer e rejeitar tudo que dou por crido e rejeitado, unindo-me aos atos de amor e devoção dos que amam a Deus no céu na terra, clamando e desejando aderir à Comunhão dos Santos em todos os momentos de minha peregrinação terrenal, me oponho aos erros da heresia modernista, segundo o desejo divinamente iluminado de São Pio X, e prometo até o último momento de minha existência, manter o firme em minha razão e em meu coração, o carisma da verdade que está sempre presente nos Apóstolos, nos Padres da Tradição, nos Santos Doutores e nos Soberanos Pontífices que invocaram os poderes de Pedro ou deste poder usaram para proclamar, declarar e dar como certa, irreformável e incorruptível a doutrina dos dogmas.
VII - Para tanto me ajude São Miguel Arcanjo. Amém.