[Extraído do Denzinger - Hünermann: § 1862 - 1870]
Em conformidade com o cap. 2 do decreto sobre uma reforma geral (SGTr 9, 1086), Pio IV apresentou, nas constituições “Iniunctum nobis” e “In sacrosancta beati Petri”, ambas emanadas no mesmo dia, o texto de uma ampla profissão de fé. Por ordem do decreto da Congregação do Concílio de 20 jan. 1877 (ASS 10 [1877] 74) devem ser ajuntadas algumas palavras do Concílio Vaticano I: cf. *1869 [entre colchetes].
PROFISSÃO DE FÉ TRIDENTINA
Eu, N.N., com fé firme, creio e confesso todas as coisas e cada uma singularmente das que estão contidas no Símbolo da fé [constantinopolitano: cf *150] usado pela Santa Igreja Romana, a saber:
Creio em um só Deus, Pai onipotente, artífice do céu e da terra, de todas as coisas visíveis e invisíveis; e em um só Senhor, Jesus Cristo, Filho unigênito de Deus, nascido do Pai antes de todos os séculos: Deus de Deus, Luz da Luz, Deus verdadeiro de Deus verdadeiro, gerado, não feito, consubstancial ao Pai; por quem todas as coisas foram feitas; que por nós homens e pela nossa salvação desceu dos céus e, do Espírito Santo, se encarnou <no seio> da Virgem Maria e se fez homem; que também por nós foi crucificado sob Pôncio Pilatos, morreu e foi sepultado; e ressuscitou ao terceiro dia, segundo as Escrituras, subiu ao céu, esta sentado à direita do Pai e de novo virá na glória para julgar os vivos e os mortos; cujo reino não terá fim; e no Espírito Santo, Senhor vivificante, que procede do Pai e do Filho, que com o Pai e o Filho é adorado e glorificado, e falou pelos profetas; e na Igreja uma, santa, católica e apostólica. Professo um só batismo para a remissão dos pecados, e espero a ressurreição dos mortos e a vida do mundo vindouro. Amém.
Finalmente aceito e acato as tradições apostólicas e eclesiásticas e as demais observâncias e constituições da mesma Igreja. Igualmente aceito a Sagrada Escritura segundo o sentido que sustentou e sustenta a santa mãe Igreja, a quem compete julgar sobre o verdadeiro sentido e interpretação das Sagradas Escrituras, e nunca aceitarei ou interpretarei a não ser segundo o unânime consenso dos Padres.
Professo também que os sacramentos da Nova Lei, no sentido verdadeiro e próprio, são sete, instituídos por nosso Senhor Jesus Cristo – embora nem todos <necessários> para todos –, a saber: o batismo, a confirmação, a Eucaristia, a penitência, a extrema-unção, a ordem e o matrimônio, e que eles conferem a graça: dentre eles, batismo, confirmação e ordem não podem ser reiterados sem sacrilégio. Recebo e aceito também os ritos recebidos e aprovados da Igreja católica na solene administração de todos os sacramentos acima mensionados.
Acato e aceito tudo e cada ponto singularmente que no sacrossanto Concílio de Trento foi definido e declarado acerca do pecado original e da justificação.
Professo, igualmente, que na Missa é oferecido a Deus, em prol dos defuntos, um sacrifício verdadeiro, próprio e propiciatório, e que no santíssimo sacramento da Eucaristia está verdadeira, real e substancialmente o corpo e o sangue, juntamente com a alma e a divindade de nosso Senhor Jesus Cristo; e que acontece a transformação de toda a substância do pão no corpo e de toda a substância do vinho no sangue, transformação que a Igreja católica chama de transubstanciação. Confesso também que sob uma só espécie se recebe o Cristo completo e íntegro e o verdadeiro sacramento.
Sustento com constância que existe o purgatório e que as almas ali prisioneiras são ajudadas pelos sufrágios dos fiéis; e igualmente que os Santos, que reinam com Cristo, devem ser venerados e invocados, e que eles oferecem orações a Deus por nós, e que suas relíquias devem ser veneradas.
Declaro firmemente que convém ter e guardar imagens de Cristo e da Deípara sempre Virgem, como também dos outros Santos, e que lhes sejam tributadas honras e veneração; afirmo também que por Cristo foi deixado na Igreja o poder das indulgências e que o uso das mesmas é imensamente salutar ao povo cristão.
Reconheço a santa, católica e apostólica Igreja Romana como mãe e mestra de todas as Igrejas; prometo e juro verdadeira obediência ao Romano Pontífice, sucessor do bem-aventurado Pedro, príncipe dos Apóstolos e vigário de Jesus Cristo.
Igualmente acolho e professo, sem sombra de dúvida, tudo quanto pelos sagrados cânones e pelos Concílios de Trento [e pelo Concílio ecumênico Vaticano], foi transmitido, definido e declarado [especialmente a respeito do primado e do magistério infalível do Romano Pontífice]; e, ao mesmo tempo, igualmente condeno, rejeito e anatematizo todo o contrário e quaisquer heresias condenadas, rejeitadas e anatematizadas pela Igreja.
Esta verdadeira fé católica, fora da qual ninguém pode ser salvo, e que neste momento espontaneamente professo e sustento segundo a verdade, eu, N. N., prometo, voto e juro, com a ajuda de Deus, guardá-la e confessá-la integra e sem mancha, com toda a constância, até o último sopro de vida; e <prometo> cuidar, quanto depender de mim, que ela seja sustentada, ensinada e pregada também por meus súditos ou por aqueles que em meu ministério me forem confiados: assim me ajudem Deus e estes santos Evangelhos.
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