terça-feira, 2 de outubro de 2012
Meditação de Santo Afonso de Ligório sobre a eternidade das penas
“Considera como o inferno não tem fim: sofre-se todas as penas e todas são eternas. De modo que passar-se-ão cem anos daquelas penas, mil anos, e o inferno estará começando. Passar-se-ão cem mil, cem milhões, mil milhões de anos e de séculos e o inferno começará sempre de novo. Se um anjo levasse a um danado a notícia que Deus o quer tirar do inferno quando passados tantos milhões de séculos quantas forem as gotas de água, as folhas de todas as árvores frondosas, os grãos de areia do mar e da terra, vocês ficariam espantados; mas a verdade é que ele (o danado) faria uma festa tão grande que vocês não superariam se recebessem a notícia de ter ganhado um reinado. Sim, pois o danado diria a si mesmo: É verdade que muitos séculos terão que escoar-se, mas chegará um dia em que eles acabarão... Mas, ao contrário, este fim não chegará jamais; passar-se-ão todos estes séculos e o inferno de novo começará; multiplicar-se-ão estes séculos pelos números de grãos de areia, das gotas, das folhas e, mesmo assim, o inferno começará outra vez. Todo danado faria, com Deus, o seguinte pacto: “Senhor, acrescei minha pena o quanto quiseres, basta que haja um termo e ficarei contente”. Mas não, este termo jamais existirá. Se ao menos o danado pudesse enganar-se a si mesmo e iludir-se dizendo: “Quem sabe um dia, Deus terá piedade de mim e me tirará do inferno!” Não, o danado verá sempre, diante de si, a sentença de sua danação eterna e então dirá: “De maneira que todas estas penas que agora padeço, não terão nunca fim? Nunca?” Durarão para sempre, sempre... Ó nunca! Ó eternidade! Ó inferno! Como? Os homens crêem na tua existência e mesmo assim pecam e seguem vivendo em pecado?
Meu irmão, presta atenção, pensa que ainda mereces o inferno, se pecares. Já arde sob teus pés esta horrenda fornalha; e neste momento em que estás lendo, quantas almas nela estão caindo? Pensa que se lá chegares não mais sairás. E se algumas vezes já mereceste o inferno, agradece a Deus por lá não estares; e depressa remedia o quanto puderes, depressa; chora por teus pecados; lê este ou outro livreto de espiritualidade, todos os dias; torna tua devoção a Maria com o santo rosário diariamente e com o jejum todos os sábados; resiste às tentações chamando freqüentemente por Jesus e Maria; foge às ocasiões de pecar e se Deus te chama a deixar o mundo faze-o, deixa-o; cada coisa feita para escapar de uma eternidade de penas é pouco, é nada. “Nulla nimia securitas, ubi periclitatur aeternitas”. Não há cautela bastante para nos assegurar a vida eterna. Vê quantos anacoretas, para escapar do inferno, foram viver em grutas, em desertos... E tu, que tantas vezes mereceste o inferno, que fazes? Que fazes? Cuidado para não te danares. Dá-te a Deus. “Maria, ajudai-me”.”
Meu irmão, presta atenção, pensa que ainda mereces o inferno, se pecares. Já arde sob teus pés esta horrenda fornalha; e neste momento em que estás lendo, quantas almas nela estão caindo? Pensa que se lá chegares não mais sairás. E se algumas vezes já mereceste o inferno, agradece a Deus por lá não estares; e depressa remedia o quanto puderes, depressa; chora por teus pecados; lê este ou outro livreto de espiritualidade, todos os dias; torna tua devoção a Maria com o santo rosário diariamente e com o jejum todos os sábados; resiste às tentações chamando freqüentemente por Jesus e Maria; foge às ocasiões de pecar e se Deus te chama a deixar o mundo faze-o, deixa-o; cada coisa feita para escapar de uma eternidade de penas é pouco, é nada. “Nulla nimia securitas, ubi periclitatur aeternitas”. Não há cautela bastante para nos assegurar a vida eterna. Vê quantos anacoretas, para escapar do inferno, foram viver em grutas, em desertos... E tu, que tantas vezes mereceste o inferno, que fazes? Que fazes? Cuidado para não te danares. Dá-te a Deus. “Maria, ajudai-me”.”
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