Rezemos sempre pelas pobres almas que padecem no Purgatório
Mons. José Basílio Pereira
livro de 1943 - 108 págs
(Transcrito por Carlos A. R. Júnior)
"Santa
Brígida viu, um dia, ante o Soberano Juiz, uma alma do Purgatório, que
estava trêmula e confusa e a quem era intimada que declarasse
publicamente os pecados que não tinham sido seguidos de penitência
suficiente e que lhe haviam merecido a punição que sofria.
A
alma exclamava com uma voz que cortava o coração: Infeliz de mim,
infeliz! — e em soluços, fazia a enumeração de tudo o que a manchava e
prendia tão longe do Céu.
Não
reproduziremos essa visão, mas dela extrataremos a relação das
principais faltas que, como vermes roedores, torturam uma pobre alma do
Purgatório.
«Perdi
meu tempo, esse tempo bem precioso do qual todos os momentos podiam
servir para expiar meus pecados, praticar uma virtude, merecer o Céu: eu
o perdi em conversações fúteis, em ocupações banais e sem objeto, em
leituras recreativas demasiado prolongadas; — é por isso que sofro!
Esqueci
por negligência minhas penitências sacramentais: as fiz mal por
dissipação, e aceitei-as sem espírito de fé: — é por isso que sofro!
Caí
em murmurações contra meus superiores, meu confessor, meus parentes;
murmurações leves, sem dúvida, mas partidas do amor próprio magoado, da
falta de respeito, do ciúme; — é por isso que sofro!
Consenti
em pensamentos de vaidade a respeito do trajar, sobre os acessórios da
casa, acerca de predicados de família; vesti-me com orgulho, segui as
modas com ostentação, afetei um asseio exagerado; — é por isso que
sofro.
Eu
me proporcionei, sem nenhuma necessidade, pequenas sensualidades
durante minhas refeições e fora delas, num viver voluptuoso e
descuidado, num zelo excessivo do bem estar, no abuso do descanso
corporal, na fuga de tudo que naturalmente modificaria os sentidos;— é
por isso que sofro!
Em
conversação, atirei ditos espirituosos com o fim de ser elogiado,
apreciado, distinguido, e para brilhar mais que os outros; — é por isso
que sofro!
Faltei
à caridade que me chamava em socorro do próximo: faltei à caridade,
deixando de o consolar, de o defender, de o aconselhar ao bem;
conservando voluntariamente um pequeno pensamento de rancor, de inveja;
— é por isso que sofro!
Omiti
por negligência e incúria muitas comunhões que me eram permitidas: fui
remisso em minhas devoções, pouco aplicado em meu terço e na oração; — é
por isso que sofro!»
Meu Deus! como estas confissões me instruem!"
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Não aceitamos coméntarios onfensivos a pessâs em particular.Use da moderação.O bom senso cabe em todo lugar.Você pode discordar de nossas opiniãoes e é um direito seu,mas atacar pessôas,mencionando nomes é covardia.