Profissão de Fé do Blog.

Profissão de Fé do Blog "Creio em um só Deus, Pai onipotente, Criador do céu e da terra, de todas as coisas visíveis e invisíveis. E em um só Senhor, Jesus Cristo, Filho Unigênito de Deus, nascido do Pai, antes de todos os séculos. Deus de Deus, Luz de Luz, Deus verdadeiro de Deus verdadeiro. Gerado, mas não feito, consubstancial ao Pai, pelo qual foram feitas todas as coisas. Ele, por causa de nós, homens, e nossa salvação, desceu dos céus. E se incarnou por obra do Espírito Santo, da Virgem Maria. E se fez homem. Foi também crucificado por nós; sob Pôncio Pilatos, padeceu e foi sepultado. E ressuscitou ao terceiro dia, segundo as Escrituras. Subiu ao céu, está sentado à direita do Pai, de onde há de vir segunda vez, com glória, a julgar os vivos e os mortos; e seu reino não terá fim. Creio no Espírito Santo, que é Senhor e Fonte da Vida e que procede do Pai e do Filho. Com o Pai e o Filho é juntamente adorado e glorificado, e é o que falou pelos Profetas. Também a Igreja, una, santa, católica e apostólica. Confesso um Batismo para remissão dos pecados. E espero a ressurreição dos mortos, e a vida do século futuro." Amém.

segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

Conformando nos com a vontade divina...

10 de dezembro de 2012

Em que coisas nos devemos conformar com a vontade divina.


Si bona suscepimus de manu Dei, mala quare non suscipiamus? – “Se temos recebido os bens da mão de Deus, porque não receberemos também os males?” (Iob 2, 10.)

Sumário. É certo que tudo o que acontece no mundo, acontece pela vontade ou permissão divina. Mesmo quando alguém nos prejudica nos nossos bens ou na reputação, ainda que Deus não queria o pecado do ofensor, quer todavia os efeitos, isto é, a nossa pobreza e humilhação. Quando, pois, nos acontecem desgraças, seja qual for a sua causa imediata, consideremo-las como vindas das mãos de Deus, e aceitemo-las não só com paciência, senão com alegria, porquanto serão no céu as jóias mais preciosas da nossa coroa.

I. Devemo-nos conformar com a vontade de Deus, não só nos males que nos vêem diretamente dele, tais como doenças, desolações espirituais, perda de bens ou de parentes; mas ainda nos que vêem só indiretamente de Deus, isto é, por meio dos homens, como infâmias, desprezos, injustiças e todas as outras espécies de perseguições. É de observar que, quando alguém nos faz algum agravo nos bens ou na honra, Deus não quer o pecado do que nos ofende, mas sim a nossa pobreza e a nossa humilhação. Numa palavra, tudo vem de Deus, tanto os bens como os males.

Chamam-se males, porque nós os chamamos e os fazemos assim. Se os recebêssemos com resignação das mãos de Deus, não seriam para nós males, mas bens. As pedras preciosas que mais adornam a coroa dos Santos, são as tribulações que aceitaram por amor de Deus, pensando que tudo nos vem das suas mãos divinas. – Quando o santo homem Jó recebeu a notícia de que os Sabeus lhe haviam roubado os bens, que respondeu ele? Dominus dedit, Dominus abstulit (1) – “O Senhor os deu, o Senhor os tirou”. Não disse: o Senhor me deu esses bens e os Sabeus m´os roubaram; mas disse: o Senhor m´os deu, o Senhor m´os tirou. Por isso bendisse o nome do Senhor, pensando que tudo tinha acontecido pela sua vontade: Sicut Domino placuit, ita factum est; sit nomen Domini benedictum.

Quando os santos mártires Epicteto e Astion eram atormentados com ganchos de ferro e tochas acesas, não proferiam senão estas palavras: “Senhor, cumpra-se em nós a vossa vontade!” E quando expiravam, as suas últimas palavras foram estas: “Bendito sejais, ó Deus eterno, por nos terdes dado a graça de cumprir em nós o vosso santo beneplácito.” – A mesma coisa nós devemos fazer, quando nos sucedam algumas contrariedades; recebamo-las todas da mão de Deus, não só com paciência, mas até com alegria; seguindo o exemplo dos apóstolos, que se regozijavam de ser maltratados pelo amor de Jesus Cristo (2). Que maior satisfação poderemos ter, do que abraçar algumas cruzes e saber que abraçando-as podemos ser agradáveis a Deus?

II. Se quisermos viver em paz contínua, tenhamos d´ora em diante, o cuidado de nos unirmos estreitamente à vontade de Deus, dizendo em tudo o que nos suceda: Ita, Pater, quoniam sic fuit placitum ante te (3) – “Senhor, assim é que foi do vosso agrado! Seja feito assim!” Para este fim devemos dirigir todas as nossas meditações, comunhões, visitas e orações. Ofereçamo-nos incessantemente ao Senhor dizendo: Meu Deus, eis-me aqui: disponde de mim segundo a vossa vontade. Santa Teresa oferecia-se a Deus pelo menos cinquenta vezes ao dia, e pedia-lhe que dispusesse dela à sua vontade. – Quando as cruzes se nos afigurarem demais pesadas, lancemos um olhar sobre Jesus crucificado e pensemos na glória celeste. As plantas destinadas a serem transplantadas ao paraíso devem deitar suas raízes no Calvário. Elas crescem tão somente à sombra da Cruz, e não se multiplicam enquanto não forem regadas pelo sangue que os açoites, os espinhos e os cravos fizeram correr das chagas do Salvador. Numa palavra, a Cruz demonstra a virtude dos santos e aperfeiçoa as obras.

Ah, meu divino Redentor! Vinde e doravante reinai só na minha alma. Atrai a Vós toda a minha vontade, a fim de que só deseje e queira o que Vós quiserdes. Meu Jesus, no passado tantas vezes Vos desagradei, opondo-me às vossas santas vontades; arrependo-me disso e detesto-o de todo o coração. Mereço os castigos, não os recuso; mas não me castigueis privando-me do vosso amor.

Ó Sangue do meu Jesus, em vós espero estar sempre ligado à divina vontade; ela será a minha guia, o meu desejo, o meu amor, e a minha paz. Nela é que sempre quero viver e repousar. Em tudo o que me acontecer, direi sempre: Meu Deus, assim o quisestes, assim o quero; meu Deus, só quero o que Vós quiserdes, seja feita sempre em mim a vossa vontade: Fiat voluntas tua. Meu Jesus, pelos vossos merecimentos, concedei-me a graça de Vos repetir sem cessar esta bela palavra de amor: Seja feita a vossa vontade!Fiat voluntas tua! – Ó Maria, minha Mãe, como sois feliz por terdes sempre e em tudo cumprido a vontade de Deus! Fazei que também doravante eu a possa cumprir! Minha Rainha, por todo esse amor que tendes a Jesus Cristo, peço-vos que me alcanceis esta graça: de vós a espero. (*II 172.)

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1. Iob 1, 21.
2. Act. 5, 4.
3. Matth. 11, 26.

(LIGÓRIO, Afonso Maria de. Meditações: Para todos os Dias e Festas do Ano: Tomo III: Desde a Décima Segunda Semana depois de Pentecostes até o fim do ano eclesiástico. Friburgo: Herder & Cia, 1922, p. 319- 321.)


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